Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)
realizam na próxima segunda-feira assembleias estaduais para avaliar a
proposta de uma greve nacional da categoria por tempo indeterminado. As
informações são da Agência Brasil.
Se for aprovada pelas assembleias, a paralisação começa na madrugada
de terça-feira. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios
do Paraná (Sintcom-PR), uma eventual greve irá interromper todos os
setores de triagem e distribuição de encomendas e cartas.
"Estamos negociando desde junho e a nossa pauta não foi levada em
conta", disse o secretário-geral do Sintcom-PR, Luiz Antonio de Souza.
"Se nos próximos dias não houver um contraproposta da empresa que atenda
nossas reivindicações, não restará aos trabalhadores outra alternativa
senão a greve."
A diretoria da empresa ofereceu um reajuste salarial de 3%. A
Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos
e Similares (Fentect) reivindica 43,7%.
A Fentect pede ainda a negociação de R$ 200 de aumento linear, piso
salarial de R$ 2,5 mil e vale-refeição de R$ 35 por dia, contratações
por concurso público, fim das horas extras e da terceirização são outros
itens da pauta de reivindicações. No Paraná, o Sintcom-PR realizará
assembleias em Curitiba, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Londrina.
Procurado pela reportagem, o Ministério das Comunicações informou que
não irá se manifestar sobre o assunto. Já a assessoria de imprensa da
ECT disse que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o
presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, tiveram uma
reunião no último dia 3 com dirigentes de quatro sindicatos dissidentes
da Fentect.
Os quatro sindicatos, que se desfiliaram da federação, representam os
trabalhadores de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Tocantins e de Bauru
(SP). Essas entidades reivindicam 5,2% de reposição salarial, 5% de
aumento real, reajuste linear de R$ 100 e vale-refeição de R$ 28 por
dia.
O dirigente do Sintcom-PR diz que a estratégia da direção da empresa
teria o objetivo de tentar dividir os trabalhadores. "A negociação
paralela dos Correios com alguns sindicatos não é legítima", criticou
Souza. "Quem negocia em nome da categoria é a Fentect, que reúne 31 dos
35 sindicatos do país."
Os Correios informaram, por meio de sua assessoria de imprensa, que,
desde o começo de julho, a empresa fez 12 reuniões de negociação com a
federação. "Neste período, a empresa recebeu solicitação dos sindicatos
de São Paulo, do Rio de Janeiro, Tocantins e de Bauru, que se
desfiliaram da Fentect, para negociar e aceitou devido à
representatividade dessas entidades que, juntas, representam 40 mil dos
120 mil trabalhadores", declarou em nota.
A direção dos Correios disse ainda que, nos últimos nove anos, a
maior parte dos trabalhadores dos Correios teve 138% de reajuste
salarial, o que incluiria 35% de aumento real. O salário-base pago pela
empresa, que era R$ 395,94 em 2003, e passou para R$ 942,75 em 2011.
FolhaPress
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